domingo, 24 de abril de 2011

Virada da chave

Não sei se com vocês isso acontece...mas comigo ocorre um fenômeno um tanto quanto inusitado.
Já não é a primeira vez em que, depois de um período de sofrimento por ter perdido alguém, que por livre e espontânea vontade saiu da minha vida, eu acordo em um belo dia e não ligo mais.

Simples assim. Eu não sei como, não sei porque, mas acordo não me importando mais. Não quero mais, algo meio Martnalia "não quero ser seu amigo, nem inimigo, nada...".

Bom, mesmo sem entender como funciona esse mecanismo dentro de mim, confesso que é de uma alegria quando isso acontece...é como se eu viesse carregando uma mochila de cinquenta quilos e chego no meu destino, tiro a mochila, tomo um copo de agua gelada e me sento no sofá. A sensação de leveza e descanso é a mesma.

Eu batizei esse fenomeno de "virar a chave". É quando eu vou lá, inconscientemente, e desligo o dejuntor daquela situação. Corta a energia e ela não é mais alimentada, não tem como funcionar, nem como dar choque. Sacou?

Fiquei feliz...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ainda presente...




"Alguma coisa aconteceu comigo. Alguma coisa tão estranha que ainda não aprendi o jeito de falar claramente sobre ela."


Caio F. Abreu



Sim, foi estranho. E forte. E arrebatador. Uma simples dança que mudou muita coisa, que mexeu em camadas até então adormecidas. Briquei com fogo, com o fogo claro, lindo, laranja e azul...alias, sempre me perguntei porque o fogo é laranja e azul, porque sua imagem é tão dançante, sempre assim...de um lado pro outro...enfim, devaneios de uma cabecinha voadora.


Brinquei mesmo com o fogo, de uma forma que não brincava ha tempos. Me aqueci, me aqueci mais até me queimar. Uma queimadura que está demorando para sarar. Olho para ela todos os dias e lembro dos meus dias de brincadeira. Fico feliz. É bom ter coisas boas para lembrar. Mas ao mesmo tempo arde, pois a ferida está ali, ainda exposta, ainda buscando cura.


E passo os dias assim, numa avalanche de emoções. Ora feliz pelo passado. Ora triste pelo presente. Ora insegura pelo futuro. E sigo. Pedindo desculpas pelos meus choros, oferencendo meu sorriso. Ainda que vazio, ainda que um esboço de sorriso, mas uma tentativa sincera de felicidade.


Porque dela eu não desisto. Um sagitariana nunca desiste da felicidade. É o meu estado natural.



P.S: Só um desabafo. Só um fôlego para seguir "atras de sutilezas que não podem ser descritas".

sábado, 16 de abril de 2011

Noticias diretamente do casulo


Meus queridos! Venho com noticias diretamente do casulo quentinho da D. Debora!

Empresa caminhando, muito trabalho e um prazer enorme em fazer o que gosto.

Cada vez mais dedicada a cuidar de mim, fisicamente e mentalmente.

Voltei com força total as minhas práticas de Yôga, não só praticando quanto estudando a filosofia. É realmente impressionante o poder do Yôga. Quanto mais me aprofundo mais brota uma força vinda sei lá de onde. Vou aproveitando...

Quanto ao corpo, consulta feita, inicio de uma boa dieta, matrícula na dança de salão (ui que delícia), massagens...ai, acho que será inevitavel ficar muito gostosa! hahaha

Todo esse movimento me faz muito bem. Gosto muito da sensação de me cuidar, de me dar carinho. Eu sei que sou a pessoa que mais me ama e sei que é assim que tem que ser. Por isso não economizo nos carinhos e mimos a mim mesma. To merecendo...

A unica tristeza é a saudade. Eita bichinha danada que não me larga. Sei que saudade até que é bom. Não se sente saudade de coisas ruins, só de coisas boas.

É bom saber que vivi algo bom, gostoso. Mas a falta...ai ai...é de partir o coração...

Mas enfim, o jeito é seguir repetindo como um mantra a declaração mais clichê e verdadeira que existe: TUDO PASSA.

Vou voltar pro meu casulinho. Volto com mais noticias!

terça-feira, 12 de abril de 2011

O momento da reclusão chegou. Aquele momento da sua vida em que você sabe, melhor do que ninguem, que é o momento de calar. Calar e olhar, observar tanto dentro quanto fora. Exercitar o poder do "deixar rolar" no sentido literal do termo.

Nesse momento, não sinto vontade de falar com ninguém, nem de expor minha figura por aí, como sempre faço. Nem de ter um sorriso no rosto, nem de abraçar pessoas, nem de ouvir "você é tão fofa, tão simpatica, gosto tanto de você". Não, não quero.

Quero ficar aqui. Com os meus pensamentos, minhas anotações, meus livros, minhas músicas, minha prática, com o meu trabalho e meus planos e mais ninguém.

Quero cuidar de mim, me permitir fazer absolutamente tudo que sei que gosto e que me faz bem. Me acariciar com o melhor que eu posso me proporcionar. Não quero esperar nada de ninguém, nem falar sobre nenhum tipo de relação. Só quero pensar, agir e fazer por mim mesma. Não quero fazer por ninguem, nem quero que ninguem faça por mim.

Estou no meu casulo. Aqui dentro, só vejo a mim. Só eu mesma me transformando, sem nenhum tipo de contato exterior. E só eu saberei quando será o momento de romper esse casulo e voltar a dar o ar da graça, como uma bela e ligeira borboleta.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

É isso e ponto.

Sabe aqueles momentos em que você se sente dentro de uma grande bola, girando, girando sem parar? Você consegue sentir que está girando, você sabe que já passou por aquele lugar, você quer parar mas simplesmente não consegue.

Aquela página da sua vida já está totalmente preenchida e você continua nela, sem forças para virá-la e se deparar com uma deliciosa página em branco.

Mais uma vez me sinto assim. Me incomoda o fato de me sentir assim e me incomoda mais ainda de ser "mais uma vez". E o meu tal discurso: nunca erro o mesmo erro duas vezes??? Cade hein, D. Debora?

Tudo bem, coração é terra onde ninguém pisa. Mas como uma boa menina de exatas, devo lembrar que sentimentos vêm do cérebro e não do coração. E se eles estão lá juntinho com o meus pensamentos, porque eu não poderia controlar esses dois danadinhos?

Cadê a minha tal força de vontade, que já me levou tão longe? Onde ela está quando você precisa esquecer? Ou será que você não quer esquecer? (momento dedo na ferida).

Vai ver que é isso né...na vontade de viver algum amor, numa tentativa desesperada de se sentir viva, se agarra a qualquer amor até àquele que não é correspondido ou que talvez não exista.

Por que você, Debora Giangiarulo, não assume de uma vez por todas que quer voltar a amar? Por que não tira essa máscara de "mulher-independente-que-se-basta" e grita pros quatro cantos: simmm eu quero amar, quero namorar, quero cuidar de alguém, quero ser cuidada. Quero um ombro certo, quero um carinho, quero dar todo meu carinho.

Se assuma, se aceite e deixe isso sempre claro. Para que entrem na sua vida só quem compartilhar dessa mesma vontade...

sábado, 2 de abril de 2011

Balança da vida


"A vida nos trata como nós a tratamos"

Dia desses me deparei com essa frase folheando uma revista antiga e não saiu mais da minha cabeça. Uma simples frase numa revista velha foi o suficiente para ativar o modo "reflexão" nessa cabecinha voadora que vocês já conhecem.

Dia após dia, fui repetindo internamente essa frase, quase que como um mantra, tentando extrair dela o máximo de sabedoria que ela nos tras. Fui aplicando a frase, como uma grande revisão em cada setor dessa minha vida enlouquecida: trabalho 01, trabalho 02, amigos, familia, relacionamentos, casa, eu mesma.

De cara, pude notar que em muitos casos cobro muito sem oferecer nada de real valor. Faço isso muito mais do que eu gostaria e deveria e os que mais sofrem com isso é a minha familia e eu mesma. Muitas vezes julgo minha familia por se manter distante, por não reconhecerem quando eu preciso de colo e simplesmente passo por cima do fato de estar há 04 meses sem aparecer para visitar a minha mãe e ficar semanas sem ligar para dar um oi para a minha avó. É justo isso? Logico que não....E quanto a mim mesma, quantas vezes reclamo que estou gorda ou que a pele não está legal e eu mesma me "saboto" comendo chocolate e não passando aquele creminho que faz toda a diferença antes de dormir?

Em outros casos não cobro nada mesmo me oferecendo inteira, deixando que entrem, façam o que quiserem comigo e saiam, sem que eu tome uma única atitude, sem que eu sustente a minha palavra. Quem se relaciona e quem mora comigo, sabem disso.

Pelo menos no lado profissional e com meus poucos e sensacionais amigos, está tudo certo. Relações equilibradas, onde eu ofereço o meu melhor e recebo o melhor.

Além desse exercicio fantastico que essa simples frase me proporcionou, ela deixou muito clara para mim uma lição. Talvez uma dica preciosa que sem duvidas, vale para todo mundo: Para que a balança da vida funcione de forma satisfatória, é fundamental que o peso "oferta" e o peso "demanda" estejam devidamente equilibrados.

A regra está claríssima para mim. Agora é colocar pra jogo!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Tudo novo, de novo


Estou num daqueles momentos da vida em que absolutamente tudo muda. Algumas coisas porque você escolheu, outras porque a vida quis assim, mas nada fica no lugar...tudo toma um outro rumo.


E você fica ali, tentando equilibrar tudo. Decidindo quais os melhores caminhos, onde você pode pisar, onde você deve calar. Tentando manter ainda a sanidade e a saúde.


A minha vida inteira foi assim. Talvez por isso aprendi a ser flexível, essa que considero talvez a minha maior qualidade. No mundo corporativo (esse mesmo, que estou contando os dias para sair) usamos muito o termo "resiliencia" que nada mais é do que a capacidade que uma pessoa tem de superar, se adaptar aos obstaculos que vão aparecendo pela estrada.


A vida cheia de contras me obrigou a aprender desde muito cedo que, ou era me tornava uma pessoa resiliente ou estaria nesse momento cuidando de umas crianças, talvez um marido e cozinhando feijão (nada contra, muito pelo contrario, mas só quero fazer tudo isso quando for uma opção e não a falta de opção).


E aqui estou eu, mais uma vez colocando essa minha qualidade a prova. Muitas mudanças profissionais, por escolha. Mudança de casa, porque não tenho escolha. E "mudanças nos ventos do meu coração" porque....bem, essa já é uma outra história.


Capacidade e vontade para superar e fazer dar certo tenho e muito! Só espero que meu corpo acompanhe esse ritmo, porque com saúde, a gente vai longe!

domingo, 27 de março de 2011

Respeito

Ahh esse mundão doido em que a gente vive....

Venho observando que as pessoas estão cada vez mais acostumadas com os comportamentos duvidosos dos outros.

Hoje em dia, falta de respeito, descaso, injustiça são tidas como normais, sempre acompanhadas de um "a vida é assim mesmo". Da mesma forma, caracteristicas que deveriam ser basicas e inerentes a todo e qualquer ser humano, como bom carater, honestidade, cordialidade são tidas como grandes qualidades...

É, nós, seres humanos, estamos nos contentando com o pouco. E isso me incomoda. Muito mesmo.

Sou tida como radical por uma serie de pessoas, pois existem certas coisas que eu não tolero mesmo. E a principal delas, quem me conhece sabe, é a falta de respeito comigo.

Só para alinhar, vamos a uma rápida definição sobre respeito:


Respeito: Aspecto ou lado por onde se encara uma questão; consideração, modo de ver, motivo, razão. Apreço, atenção, consideração.


Então galera, não parece uma coisa fácil de se fazer? Que tal respeitarmos uns aos outros?

Eu uso uma regrinha de conduta: sempre me coloco no lugar do outro antes de tomar qualquer atitude e me pergunto: o que eu sentiria se eu estivesse no lugar dessa pessoa?

Se resposta não trouxer coisas boas e se eu posso abrir mão, abro. Porque eu simplesmente acredito que não tenho o direito de fazer ninguem sofrer, principalmente se for a toa.

Mas esse é o meu modo de viver. Não cabe a mim julgar se é certo ou errado. Muito menos cobrar ou esperar do próximo um retorno sobre isso. Espero sim o retorno do universo. Esse é físico. É infalível.















quarta-feira, 23 de março de 2011

Método DeRose

Esse mês completei 6 meses de práticas do Método DeRose. Aposto que você aí está se perguntando que raios é o Método DeRose....então vamos lá! O Método é uma proposta de qualidade de vida, que engloba toda uma proposta de boas maneiras, boa cultura, boa alimentação e prática do SwáSthya Yôga.
Há 6 meses atrás fui apresentada ao Método por uma amiga que "tinha a certeza que eu ia amar" e amei mesmo. Já na primeira aula tive a certeza que queria aquilo pro resto da minha vida.

E a partir de então só posso contabilizar coisas boas na minha vida. Nos ultimos seis meses me tornei uma pessoa menos agressiva, mais consciente do meu papel na sociedade, mais conectada com as minhas verdadeiras vontades, emagreci 08 quilos que muito me faziam mal, aparei as arestas das "amizades desnecessarias", trouxe para mais perto quem realmente tinha importancia para mim, consegui identificar que o meu ciclo profissional havia se fechado e que era necessario partir, mudar e o que eu poderia fazer para isso. Me tornei vegetariana, não bebo nem fumo . Isso tudo em apenas 06 meses.

É obvio que eu tenho uma infinidade de coisas a mudar, a melhorar....estou longe de estar na minha melhor versão....mas sei que estou no caminho certo e o principal: é o caminho que eu quero seguir para todo o sempre. Hoje tenho um novo fôlego, consigo visualizar o que ainda precisa ser melhor e já identifico como deve ser feito. É o momento do "mão na massa".

Eu tenho um orgulho imenso de poder fazer parte dessa egrégora e quero representá-la como deve ser.

Deixo aqui o meu enorme agradecimento a todos que participam desse processo evolutivo com todo o seu amor, receptividade que me oferecem. Agradeço a minha instrutora querida, que cuida de mim com tanta dedicação. Agradeço ao Mestre DeRose, que sistematizou esse método e compartilha com a gente. Agradeço a Shiva, o criador do yôga, pois sem o yôga absolutamente nada disso seria possivel e sem duvidas, eu não teria a esperança em dias melhores, como tenho agora.

terça-feira, 15 de março de 2011


Vamos lá...o bloco cumprindo a sua função de nebulizador virtual...

Hoje acordei num daqueles dias que tudo que você não quer é sair da cama. Ficar ali, no seu canto pensando e repensando na vida, colocando os pontos nos is da sua historia...mas, sou uma mulher adulta, cheia das obrigações, com um ascendente em capricornio que faz levantar, tomar meu banho e ir trabalhar...

Estou em um momento da vida de fechamento de ciclos. Em um deles, lá se vão 10 anos dedicados, vividos, primeiro cheio de certezas, depois cheio de duvidas, mas sempre ali...firme, forte e dedicada...

Mas acabou...como tudo na vida, teve seu começo, meio e fim. O amor nesse "casamento" não existe mais. Me sinto presa, sufocada, sem o menor tesão. Mas vou levando...pela grana...até que chega o dia (no caso, hoje) em que você acorda e se dá conta de quanto é infeliz...será mesmo que essa grana, que ainda é pouca, paga a minha felicidade?

O que vale mais? Trabalhar todos os dias no que você ama fazer ou só andar de táxi?
Poder exercer o que você de fato sabe fazer ou só jantar fora?
É isso mesmo D. Debora? Você anda se vendendo por tão pouco?

É foda quando você pára, se coloca fora da situação e vê o quanto é medíocre. É um verdadeiro soco no peito, daqueles que falham a respiração...exatamente como estou agora...Nem o meu conhecimento sobre respiração, presente do yôga, está me ajudando nesse momento...

Uma decisão precisa ser tomada e pra ontem. Tudo já foi colocado na ponta do lápis...infelizmente, a tal da vida adulta não me permite sair correndo agora, nesse momento, em busca da felicidade...mas a minha consciencia e dedicação me permitem que eu me prepare e faça isso o mais rápido possivel. E é o que será feito. Aguardem as cenas do proximo capítulo!

Só uma dica: "A arte e nada mais que a arte! Ela é a grande possibilitadora da vida,a grande aliciadora da vida, o grande estimulante da vida". (Friedrich Nietzsche)

domingo, 6 de março de 2011

Pra tudo se acabar na quarta feira?

Então é carnaval...como nunca escondi de ninguém, para mim é uma das piores épocas do ano.
Moro no Rio de Janeiro, na zona sul...temos mais de 400 blocos infernizando a vida de quem quer um pouco de silencio, ruas limpas e um transito decente.

Tenho que aturar milhares de bêbados que não permitem que você circule tranquila, sem que lhe peguem pelo braço e solte alguma pérola clichê e insuportavel: "vc é linda, sabia?"

A vontade que dá é responder: sim, sabia...minha mãe me fala isso há 27 anos. Mas eu simplesmente saio e sigo, totalmente entediada.

Todos os anos é mesma coisa...eu tenho me animar. Tento me adequar ao espirito carioca de curtir todos os blocos possíveis e imagináveis, com chuva ou com sol...no primeiro dia eu já saco: não é pra mim.
Seria um crime? Será tão terrível assim não querer ouvir musica de quinta qualidade, samba enredo, batuque bagunçado? Será que eu realmente não tenho o direito de ficar puta da vida quando alguem fala: Debora, vc adora samba....deve estar animadíssima pro carnaval...

Não...eu não estou. E não, não toca samba decente no carnaval...

Não vejo o menor sentido nessa euforia exagerada, nesses desespero em ser feliz. Para quem é feliz uma boa parte do ano, o carnaval perde o sentido. Me recuso há brincar, extravazar e sonhar apenas 5 dias por anos. Quero o ano inteiro...

Como o poeta Vinicius já disse:

"A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira"

Não...quero me vestir de jardineira, cheia de flores o ano inteiro.

É lógico e óbvio que nada tem só coisas ruins. O carnaval tem suas vantagens também. São 5 dias de descanso....5 dias para cuidar de mim....5 dias para ler em paz (ninguém me chama pra sair...estão todos nos blocos, com suas fantasias e perucas), 5 dias de cinema vazio, shopping vazio (fica a dica pra quem quiser fazer umas comprinhas) e 5 dias de celular calado...afinal, quem me conhece sabe que não é prudente me convidar para um bloco...e caso, eu decida ir em algum, eu sei a quem procurar.

Esse ano, o carnaval ainda tem uma missão a mais na minha vida: são 5 dias para esquecer alguém....estou na torcida que dê certo.

quarta-feira, 2 de março de 2011

E você? É adulto ou criança?

É tão engraçado quando nos falam sobre aspectos da nossa personalidade que poucas pessoas conhecem....Não sei vocês, mas eu levo sempre um baita susto, porque tem muita coisa em mim que eu "tenho a certeza absoluta" que ninguem percebe, que ninguem sabe mas vira e mexe aparece um "alguem" que percebe, que desmembra, que deflora, que arranca a minha máscara (sim, todos nós temos uma) e fala: não D. Debora...você não é bem assim não...

Já coloquei inumeras vezes aqui a minha força de vontade, a minha flexibilidade, a minha verdadeira capacidade de "tirar leite de pedra". Esse meu lado é o que eu faço questão de expor, de berrar aos quatro cantos, "olha gente que valor que eu tenho".

Mas...existe aquele lado que a gente deixa guardadinho...aquele que só um publico muito seleto pode ter acesso...aquele publico que você não precisa mostrar...ele deve perceber e assim provar que pode sim, conhecer os tortuosos caminhos da minha cabecinha voadora.
Hoje mais um entrou para esse rol. Ouvi: "dançei com uma mulher e estou conhecendo uma menina". Num primeiro momento, me armei. Como assim, uma menina??? Você está me criticando??? Está me chamando de infantil???

Mas aí a birra passa, a lucidez vem e paro para pensar: sou menina? Ai Debora...voce ainda tinha duvidas disso? É obvio que você é uma menina!!

E que delicia! Tenho certeza que sou mulher quando tenho que ser...mulher até demais. Administro todos os aspectos da minha vida com louvor, administro uma casa, minhas contas, minhas vontades. Sou uma boa profissional mesmo não gostando do que faço. E estou preparada pro que virá.

E na hora das alegrias? Sou uma menina sim! Moleca, sacana, que rir de qualquer palhaçada, que chora por qualquer bobeira. Que passa seu tempo identificando bichos nas nuvens. Que fica colocando trilha sonora na sua vida. Que tem um blog, como uma adolescente tem um diário. Eu tenho até um idolo que eu chamo de lindo!

Com toda a sinceridade do mundo...não tenho o menor interesse que isso mude. Quero poder continuar adulta onde tem que ser...e só. No resto, que a menina de Campo Grande, andando de bicicleta, correndo atras de doce de Cosme e Damião, continue viva aqui dentro até o ultimo sopro.


P.S: Me lembrei de um texto da Clarice Lispector, acho adequado compartilhar...


“Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.
Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.”



sábado, 26 de fevereiro de 2011


Hoje vou deixar Clarice falar por mim....ela sempre me entende...


A descoberta do amor

“[...]Quando criança, e depois adolescente, fui precoce em muitas coisas. Em sentir um ambiente, por exemplo, em apreender a atmosfera íntima de uma pessoa. Por outro lado, longe de precoce, estava em incrível atraso em relação a outras coisas importantes. Continuo, aliás, atrasada em muitos terrenos. Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce jamais.

Até mais que treze anos, por exemplo, eu estava em atraso quanto ao que os americanos chamam de fatos da vida. Essa expressão se refere à relação profunda de amor entre um homem e uma mulher, da qual nascem os filhos. [...] Depois, com o decorrer de mais tempo, em vez de me sentir escandalizada pelo modo como uma mulher e um homem se unem, passei a achar esse modo de uma grande perfeição. E também de grande delicadeza. Já então eu me transformara numa mocinha alta, pensativa, rebelde, tudo misturado a bastante selvageria e muita timidez.

Antes de me reconciliar com o processo da vida, no entanto, sofri muito, o que poderia ter sido evitado se um adulto responsável se tivesse encarregado de me contar como era o amor. [...] Porque o mais surpreendente é que, mesmo depois de saber de tudo, o mistério continuou intacto. Embora eu saiba que de uma planta brota uma flor, continuo surpreendida com os caminhos secretos da natureza. E se continuo até hoje com pudor não é porque ache vergonhoso, é por pudor apenas feminino. Pois juro que a vida é bonita.”


Extraido do livro Aprendendo a viver, Clarice Lispector.


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Ideias soltas??


"Só sei que nada sei"
Sócrates

É realmente impressionante os rumos que a vida pode tomar. Por muito tempo pensei que pudesse ter controle sobre a minha vida e o quanto sofri por isso. Muita expectativa, muito murro em ponta de faca, muito choro...

No momento em que me despi da máscara de "tudo posso" e me posicionei na vida como uma peça, o jogo começou a fluir e tudo se encaixar.

A clareza do que eu quero e do que eu não quero para mim. A força de vontade para trabalhar sem descanso em busca de um sonho e ainda cuidar do corpo e da mente. O respeito aos meus principios e as minhas vontades. Tudo veio, como deve ser e no seu devido tempo.

Ah o tempo..."um dos deuses mais lindos" como disse Caetano....esse tenho certeza que é meu parceiro. Me sinto uma pessoa melhor a cada dia que passa, graças a ele, sem duvidas.
Diante desse processo que chamo "do tudo se encaixar" sinto que um novo ciclo se aproxima...é apenas uma intuição...mas a minha intuição não costuma falhar.
Bom, seja lá o que for, uma coisa é certa: é verdadeiro.
Vamos ver o que o tempo nos trará....

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Partindo...

Pensei, juro que pensei que era uma pessoa amadurecida emocionalmente. Que todo o sofrimento passado tinham feito de mim um ser protegido de amores impossíveis, irreais e se caso, por pura teimosia, alguma flor tentasse brotar em meu coração minha consciencia a arrancaria sem nem piscar. Doce ilusão. Continuo com uma menina de 5 anos, a mesma que guardava seus trabalhinhos de dia dos pais com todo cuidado para o dia que o seu pai aparecesse.

Como é estranho esse vazio. Essa sensação de "missão não cumprida","história não terminada".

É tanta vontade, tanto amor...é olhar pra aquela pessoa e pensar "puxa como eu poderia te fazer feliz. Você podia me aproveitar mais..." Mas ele não quer...e eu nada posso fazer a não ser aceitar.

Jurava que tinha aceitado. Mas esqueci que sou uma menina mimada....e por mais que eu repita como um mantra "eu aceito, eu aceito", meu peito quase sai pela boca quando eu o vejo. Minhas mãos instataneamente se gelam ao abraça-lo e a sensação de quero mais só cresce a cada dia.

Então essa coisa toda de adultos civilizados não vai ser pra mim. Pelo menos não ainda. Ainda sou criança e primitiva nos assuntos do coração. Numa tentativa alucinada de tentar respeita-lo e não me jogar aos seus pés absurdamente latina e louca, e ao mesmo tempo, tento me preservar, buscando me machucar o menos possivel (arranhada já estou, não tem jeito), coloco-me em retirada.

Provalmente você não lerá esse texto. Mas caso leia, não se preocupe comigo. Não morri...só estou tentando me "curar" da delícia solitária que é amar você.