Que livro você é?

Vi um teste no blog da Jú, que por sua vez viu no blog da Jady, que achei muito interessante: Que livro você é?

Corri pra fazer, como boa ansiosa que sou e tá aí o resultado. Pra começar: seria dois livros. Perfeito! Já começou me mostrando que não sou uma só...ufa!


"A paixão segundo GH", de Clarice Lispector

Você é daqueles sujeitos profundos. Não que se acham profundos – profundos mesmo. Devido às maquinações constantes da sua cabecinha, ao longo do tempo você acumulou milhões de questionamentos. Hoje, em segundos, você é capaz de reconsiderar toda a sua existência. A visão de um objeto ou uma fala inocente de alguém às vezes desencadeiam viagens dilacerantes aos cantos mais obscuros de sua alma. Em geral, essa tendência introspectiva não faz de você uma pessoa fácil de se conviver. Aliás, você desperta até medo em algumas pessoas. Outras simplesmente não o conseguem entender. Assim é também "A paixão segundo GH", obra-prima de Clarice Lispector amada-idolatrada por leitores intelectuais e existencialistas, mas, sejamos sinceros, que assusta a maioria. Essa possível repulsa, porém, nunca anulará um milésimo de sua força literária. O mesmo vale para você: agrada a poucos, mas tem uma força única.

"Antologia poética", de Carlos Drummond de Andrade

"O primeiro amor passou / O segundo amor passou / O terceiro amor passou / Mas o coração continua". Estes versos tocam você, pois você também observa a vida poeticamente. E não são só os sentimentos que te inspiram. Pequenas experiências do cotidiano – aquela moça que passa correndo com o buquê de flores, o vizinho que cantarola ao buscar o jornal na porta – emocionam você. Seu olhar é doce, mas também perspicaz. "Antologia poética" (1962), de Drummond, um dos nossos grandes poetas, também reúne essas qualidades. Seus poemas são singelos e sagazes ao mesmo tempo, provando que não é preciso ser duro para entender as sutilezas do cotidiano.

Fiquei realmente impressionada com a precisão do teste. Primeiro que amo os dois livros e os dois autores. Segundo que realmente sou assim: as mesmo tempo que profunda, viajante, direta busco a poesia em todos os aspectos da minha vida, dou extrema importância a simplicidade e ao cotidiano.

Sei que são quase que dois extremos, mas sou assim. Sempre fui e acho que sempre serei.

Certa vez ouvi de um grande amigo: "por você ser assim, que você será sempre uma mulher interessante, pois você não é uma. Impossível enjoar de você, sua alma não deixa."

Como Clarice, isso me fez pensar por dias, talvez semanas, até eu chegar a conclusão que devo me aceitar assim. E hoje, até gosto de ser assim. Me dou tanto trabalho com essas mulheres aqui dentro, que - lembrando o post da Jú - não consigo me tornar uma mulher cansada, somente louca. Ainda bem.

Confesso

Engraçado como estou sentindo emoções estranhas.

Neste final de semana, depois do milésimo "papo sério", me cansei. Funciona mais ou menos assim: quero algo leve, tranquilo, reparador e tanto "papo sério" sem nenhum fundamento me enjoa. É tanta coisa para fazer, tanta coisa para pensar, tantos traumas para superar (mesmo que inconscientemente), que esse tipo de relação (se é que podemos chamar assim) realmente me cansasse. Acho que é isso: perdeu a graça a então divertida brincadeira de gato e rato.

Só que me esbarro em outra questão: eu gosto dele. Ele não presta, é fato. Mas eu gosto dele. Lembro mais uma vez de Clarice Lispector - o que obviamente não presta sempre me interessou muito. Gosto de conversar com ele, gosto da companhia dele, gosto da implicancia dele. Gosto sinceramente e de graça.

E por gostar, aceitei até com uma pontinha de felicidade, ser amiga dele. Que bom que é continuar a conversar com ele, receber seus telefonemas para falar nada, que bom que é...

E ontem, conversamos como amigos. Rolou um papo gostoso, sobre nossas vidas, sobre aspectos das nossas vidas que nunca tinhamos conversado. Foi muito bom, apesar de ficar sabendo de coisas me fizeram sentir ciúmes sim (sou humana, de carne e osso, Graças a Deus). Mas nada que não fosse já esperado, afinal de contas ele não presta.

O papo não foi bom apenas por ter sido divertido e tranquilo, mas acho que serviu para provar que como casal, somos ótimos amigos, o que não deixa de ser talvez, isso que eu sinto, uma das coisas mais puras que já senti. E é meu, não diz respeito a ninguém, não quero nada de ninguém. Estou feliz por saber que sinto. E se sinto, estou viva.

Mais mudanças

Mais uma mudança para comemorar. Saí de casa!

Agora num bairro mais gosto...

Vamos ver no que vai dar, estou confiante!

5 Coisas

Aproveitando a listinha da Jú, do Vermelhas Unhas, resolvi fazer uma pra mim também! Sabe como é administrador...adora uma listinha...rsrs

Vamos lá:

5 Coisas que quero fazer antes de morrer:

*Conhecer o Brasil inteiro, cada pedacinho, cada cultura, cada comida, cada manifestação cultural...tudo.
*Olhar para trás e ver que fiz diferença na vida de alguém.
*Trabalhar a minha vida inteira com o meu ofício, minha paixão e poder me sustentar dela.
*Ser independente sempre, financeiramente, fisicamente e mentalmente.
*Me encher de cultura, o quanto couber.

5 especialidades da Debora:

*Administrar - amo muito. E por amar, me dedico, respiro, sinto.
*Papear - em qualquer lugar, sobre qualquer coisa, com o mais diverso tipo de pessoas que eu encontrar por aí.
*Sambar - só quem samba, sabe como é bom!
*Rir - tem coisa melhor?
*Fazer sorrir - ai que prazer!

5 coisas que vivo dizendo:

*sério?
*to dentro!
*vamos?
*esse mundo tá virado...
*mais que saco

5 coisas que não faço mesmo:

*não faço média nunca - quem me conhece, sabe!
*demonstrar algo que não estou sentindo - impossível!
*esconder o que estou sentindo - mais impossível ainda!
*me privar - nem pensar!!
*ser injusta - sou sagitariana, filha de yemanjá. Isso explica...

5 coisas que gosto muito:

*samba - gosto e muito!
*comer - coisas de gordinha...rsrs
*namorar - com tudinho que eu tenho direito!
*jogar conversa fora - delícia!!
*praia - lógico...

5 coisas que detesto:

*soberba
*mentira
*injustiça
*jiló
*música sertaneja

5 formas de chamar a Debora:

*neguinha
*Dé
*Deby
*Giangiá
*Ah...chama do que quiser...fique a vontade!

É isso, mais um pedacinho de Debora!

Enfim, a Páscoa.

No meio de toda essa confusão de chocolates, lojas cheias, almoços de família, me peguei pensando no verdadeiro sentindo da palavra PÁSCOA. E fui buscar láaaa no fundinho, quando eu ainda era uma criança que frequentava as aulas de catecismo obrigada pela minha avó.

A Páscoa é comemorada pelos cristãos e pelos judeus. Para os cristãos (isso eu aprendi nas aulas) tem o sentindo da ressurreição, ou seja, a Páscoa simboliza a morte de Jesus para a nossa salvação e a sua volta.

Como já naquela época eu não acreditava em tudo que me diziam, fui buscar o que mais a Páscoa significava e descobri que para os judeus, a Páscoa simboliza a libertação, pois comemora a saída do povo de Israel da escravidão do Egito.

Com base nessas informações, podemos concluir que para ambas as religiões PÁSCOA representa uma passagem, uma mudança, uma nova vida.

Eu não tenho uma religião. Mas tenho muita fé. Fé em coisas boas, em energias boas, em Deus, em orixás, em santos, em anjos. Enfim, fé.

Já tentei, mas não consigo ter uma religião, pois sempre tem um pedacinho em que eu não concordo e tem vários pedacinhos de todas as outras religiões que eu quero pra mim.

Quando entendi isso, decidi: Não tenho religião, tenho apenas fé.

Voltando a Páscoa, fiquei bastante feliz quando percebi que as mudanças que projetei para mim, estejam envoltas nessa energia da Páscoa, nessa energia de "passagem".

Será que essas mudanças estão trazendo a minha "libertação"? Será a morte das coisas da Debora que precisam mudar e o nascimento das coisas que eu quero para mim?

Tenho fé que sim.

Final de mais um capítulo

Mas quando for a hora de ir embora,

sei que, sofrendo, deixarei você longe de mim,

Não me envergonharia de pedir ao seu amor esmola,

mas não quero que o meu verão resseque o seu jardim.

Dores do Amor Romântico - Fernanda Young

É isso...me despeço hoje desse venho citando nas últimas postagens.

Antes era realmente muito bom...o que eu queria, eu tinha. A questão é que agora quero um pouco mais...nada demais, mas algo que ele não quer me dar.

Aí, começa a ficar estranho (ainda não é ruim). Mas antes que fique ruim, e que eu sofra muito, parto...para sofre o menos possível.

É realmente uma pena, apesar de muito diferentes, acho que poderiamos curtir ainda muitas coisas. Mas ele ainda não aprendeu a conviver com diferenças...não aprendeu que existem pessoas que não se importam com o dinheiro dos outros e que beleza passa com os anos...não aprendeu o quanto é bom ter alguem com quem a gente possa contar e que encarar esse mundo cão é muito mais fácil a dois do que sozinho. Não o culpo por isso...tão menino, criação tão sei lá...

Apesar de tudo isso que acabei de escrever, não queria namorar com ele (pelo menos não agora) mas queria fazer coisas além das paredes de seu apartamento e das horas diárias no telefone. Queria um cinema, queria uma praia, queria não preocupar de "alguém sabe" ou "fulano vai falar"...e daí? Eu sou solteira, ele também...e daí?

Bom, sei que vou sofrer...sofrer pela ausência dele, sofrer por ter que me privar, sofrer pela alteração na rotina (sim, já tínhamos uma rotina), mas enfim, o sofrimento faz parte, a dor faz parte, a tristeza faz parte, senão não estaria no planeta Terra.

Talvez agora eu precise de umas férias...férias para o coração, férias para mim, ou não...não tenho controle sobre o destino, isso eu já aprendi.

Iniciei com uma poesia e finalizo com uma canção, apesar dos pesares, eu e ele merecemos palavras bonitas.

"Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde."

Trocando em Miúdos - Chico Buarque

Minha nova filhotinha

Ontem fiz mais uma tatuagem...a minha segunda!

Adoro tatuagens...em mim, nos outros...acho lindo!

Tá aí a minha filhotinha...me digam o que acharam!

Sem a menor importancia - a sequencia

Li agora este trecho de Clarice Lispector que me fez enxergar um outro lado de não entender essas coisas da vida...Seguinte, fecho com ela. Não tem a menor importancia entender, apenas viver.

"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: pelo menos entender que não entendo."

Clarice Lispector