quinta-feira, 30 de abril de 2009

Que livro você é?

Vi um teste no blog da Jú, que por sua vez viu no blog da Jady, que achei muito interessante: Que livro você é?

Corri pra fazer, como boa ansiosa que sou e tá aí o resultado. Pra começar: seria dois livros. Perfeito! Já começou me mostrando que não sou uma só...ufa!


"A paixão segundo GH", de Clarice Lispector

Você é daqueles sujeitos profundos. Não que se acham profundos – profundos mesmo. Devido às maquinações constantes da sua cabecinha, ao longo do tempo você acumulou milhões de questionamentos. Hoje, em segundos, você é capaz de reconsiderar toda a sua existência. A visão de um objeto ou uma fala inocente de alguém às vezes desencadeiam viagens dilacerantes aos cantos mais obscuros de sua alma. Em geral, essa tendência introspectiva não faz de você uma pessoa fácil de se conviver. Aliás, você desperta até medo em algumas pessoas. Outras simplesmente não o conseguem entender. Assim é também "A paixão segundo GH", obra-prima de Clarice Lispector amada-idolatrada por leitores intelectuais e existencialistas, mas, sejamos sinceros, que assusta a maioria. Essa possível repulsa, porém, nunca anulará um milésimo de sua força literária. O mesmo vale para você: agrada a poucos, mas tem uma força única.



"Antologia poética", de Carlos Drummond de Andrade

"O primeiro amor passou / O segundo amor passou / O terceiro amor passou / Mas o coração continua". Estes versos tocam você, pois você também observa a vida poeticamente. E não são só os sentimentos que te inspiram. Pequenas experiências do cotidiano – aquela moça que passa correndo com o buquê de flores, o vizinho que cantarola ao buscar o jornal na porta – emocionam você. Seu olhar é doce, mas também perspicaz. "Antologia poética" (1962), de Drummond, um dos nossos grandes poetas, também reúne essas qualidades. Seus poemas são singelos e sagazes ao mesmo tempo, provando que não é preciso ser duro para entender as sutilezas do cotidiano.


Fiquei realmente impressionada com a precisão do teste. Primeiro que amo os dois livros e os dois autores. Segundo que realmente sou assim: as mesmo tempo que profunda, viajante, direta busco a poesia em todos os aspectos da minha vida, dou extrema importância a simplicidade e ao cotidiano.
Sei que são quase que dois extremos, mas sou assim. Sempre fui e acho que sempre serei.

Certa vez ouvi de um grande amigo: "por você ser assim, que você será sempre uma mulher interessante, pois você não é uma. Impossível enjoar de você, sua alma não deixa."

Como Clarice, isso me fez pensar por dias, talvez semanas, até eu chegar a conclusão que devo me aceitar assim. E hoje, até gosto de ser assim. Me dou tanto trabalho com essas mulheres aqui dentro, que - lembrando o post da Jú - não consigo me tornar uma mulher cansada, somente louca. Ainda bem.

2 comentários:

Carla P.S. disse...

Paixão e poesia salvam uma vida!
A minha já salvaram, não brinco com ela...Sei, sinto, faço o que acho o certo.
Um bom dia pra ti!

Jullyane Teixeira disse...

Ai, que fofo, que bom que vc gostou, também adorei a resposta do meu teste, tudo a ver!

Beijos, linda!