Confesso

Engraçado como estou sentindo emoções estranhas.

Neste final de semana, depois do milésimo "papo sério", me cansei. Funciona mais ou menos assim: quero algo leve, tranquilo, reparador e tanto "papo sério" sem nenhum fundamento me enjoa. É tanta coisa para fazer, tanta coisa para pensar, tantos traumas para superar (mesmo que inconscientemente), que esse tipo de relação (se é que podemos chamar assim) realmente me cansasse. Acho que é isso: perdeu a graça a então divertida brincadeira de gato e rato.

Só que me esbarro em outra questão: eu gosto dele. Ele não presta, é fato. Mas eu gosto dele. Lembro mais uma vez de Clarice Lispector - o que obviamente não presta sempre me interessou muito. Gosto de conversar com ele, gosto da companhia dele, gosto da implicancia dele. Gosto sinceramente e de graça.

E por gostar, aceitei até com uma pontinha de felicidade, ser amiga dele. Que bom que é continuar a conversar com ele, receber seus telefonemas para falar nada, que bom que é...

E ontem, conversamos como amigos. Rolou um papo gostoso, sobre nossas vidas, sobre aspectos das nossas vidas que nunca tinhamos conversado. Foi muito bom, apesar de ficar sabendo de coisas me fizeram sentir ciúmes sim (sou humana, de carne e osso, Graças a Deus). Mas nada que não fosse já esperado, afinal de contas ele não presta.

O papo não foi bom apenas por ter sido divertido e tranquilo, mas acho que serviu para provar que como casal, somos ótimos amigos, o que não deixa de ser talvez, isso que eu sinto, uma das coisas mais puras que já senti. E é meu, não diz respeito a ninguém, não quero nada de ninguém. Estou feliz por saber que sinto. E se sinto, estou viva.