Porque há direito ao grito.

Sempre tive uma boa relação com a escrita e com a leitura. Desde criança fui incentivada a ler pela minha mãezinha, guerreira nata que só buscava me mostrar dia após dia que a vida era muito mais do que o meu bairro do interior.

Quando adolescente, como a grande maioria das minha amigas, mantive o hábito do diário. Hábito esse, que cuidava com todo o carinho e amor. Era só para ele, e para mais ninguém, que eu confessava que sim, era uma menina medrosa e carente e que tudo o que mais queria era um pouco de atenção e me sentir "igual".

"Quantas chances desperdicei quando o que eu mais queria, era provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada pra ninguem."

A ideia era essa.

Já adulta criei esse blog, onde o intuito sempre foi escrever o que eu quisesse. Sem me censurar, sem me preocupar em quem estava lendo, sem ter a preocupação de agradar quem quer que fosse. Afinal, aqui só entra quem quer. E se está por aqui é porque tem interesse no que eu escrevo.

Aí veio o Facebook. Confesso, sou uma apaixonada. Fico o dia todo on line, sou participativa tanto no meu Face quanto no dos meus amigos. Como só está no meu Face quem é meu amigo, quem realmente me conhece, sempre pensei que não teria grandes problemas a respeito do que escrevo. Afinal, quem está lendo me conhece.

Puro engano. Infelizmente tive que fazer uma leve "seleção" de quem pode ou não ter o meu Face. Me senti desrespeitada em alguns comentários, o que é lamentável, afinal estamos falando apenas de uma rede social.

Conscidentemente, no mesmo dia desse triste episódio, recebi dois elogios sinceros sobre o que escrevo. É muito bom saber que alegro o dia a dia das pessoas com as pequenas pérolas do meu cotidiano.

Alias peço a liberdade de citar Clarice Lispector para esse momento:

"Divertir os outros é um dos modos mais emocionantes de existir."